quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Sírios acusam a Arábia Saudita pelo fornecimento de armas químicas

03/09/2013 - por Dale Gavlak and Yahya Ababneh
- publicado por Thoth3126
- Submetido por Tyler Durden em 30/08/2013
Tradução, edição e imagens: Thoth3126@gmail.com
http://www.zerohedge.com 

Sírios sobreviventes em Ghouta acusam a Arábia Saudita pelo fornecimento de armas químicas para ataque dos rebeldes.

Como nós mostramos poucos dias atrás, parece que a verdade sobre quem é o verdadeiro mestre dos fantoches no Oriente Médio está se tornando mais e mais claro de ser observado.

Enquanto o presidente Obama esta ”certo” de que os ataques químicos ocorreram por ordem de al-Assad, a MPN reporta e publica algo bem diferente.

A discussão incrivelmente franca entre  e chefe da espionagem na Arábia Saudita, o príncipe Bandar e Vladimir Putin presidente da Rússia, denunciou um complô muito mais profundo que está em andamento na Síria e com os seguintes detalhes das pessoas reais no terreno na região (Ghouta) quimicamente atacada da Síria que sugerem que o (des)governo de Barack Obama está caindo direto no plano dos sauditas.

Enquanto o presidente Obama está “certo” de que os ataques químicos ocorreram por ordem de al-Assad, a MPN reporta e publica algo bem diferente, com inúmeras entrevistas com médicos residentes em Ghouta, com combatentes rebeldes e suas famílias, um quadro completamente diferente começa a emergir da situação.

O príncipe da Arabia Saudita Bandar bin Sultan, chefe do serviço de inteligência da Arábia Saudita.

Muitos acreditam que "certos rebeldes receberam armas químicas através do chefe da inteligência saudita, o príncipe Bandar bin Sultan, e que os rebeldes foram responsáveis por realizarem o ataque com gás venenoso que matou cerca de um mil e quinhentas pessoas.“

A narrativa dos fatos para consumo público trombeteada pela mídia controlada é bem conhecido e bastante claro – tudo foi culpa de Bashar al-Assad.

Mas a realidade pode ser outra …

Via MPNa partir de inúmeras entrevistas com médicos, de pessoas residentes em Ghouta, de combatentes rebeldes e suas famílias, um quadro diferente emerge. Muitos acreditam que certos rebeldes receberam armas químicas, através do chefe de inteligência saudita, o príncipe Bandar bin Sultan, e que eles foram responsáveis por realizar o ataque com gás venenoso.

Meu filho (um rebelde) veio conversar comigo há duas semanas, perguntando o que eu pensava sobre as armas que ele havia sido convidado a utilizar”, disse Abu Abdel-Moneim, o pai de um combatente rebelde lutando para derrubar Assad, que mora em Ghouta.

Abdel-Moneim disse que o seu filho e outros 12 rebeldes foram mortos dentro de um túnel usado para armazenar armas fornecidas por um militante saudita, conhecido como Abu Ayesha, que estava liderando um batalhão de luta dos rebeldes.

O pai descreveu as armas como tendo uma “estrutura do tipo tubular”, enquanto outras armas eram como uma “enorme garrafa de gás”.

Os  habitantes da cidade de Ghouta disseram que os rebeldes estavam usando mesquitas e casas particulares para dormir enquanto o armazenamento de suas armas era feito em túneis.

Cerca de um mil e quinhentas pessoas morreram na região de Ghouta vitimadas pelo uso de armas químicas.

Abdel-Moneim disse que seu filho e os outros “rebeldes” morreram durante o ataque com armas químicas. Nesse mesmo dia, o grupo militante Jabhat al-Nusra, que está ligado à al-Qaeda, anunciou que seria semelhante atacar civis no reduto do regime de Assad em Latakia na costa oeste da Síria, em uma suposta retaliação.

Eles não nos disseram o que essas armas eram ou como usá-las“, queixou-se uma lutadora rebelde chamada ‘K.’ ”Nós não sabíamos que elas eram armas químicas. Nós nunca imaginaríamos que fossem armas químicas.

Quando o príncipe saudita Bandar dá tais armas para as pessoas, ele deveria dar para aqueles que soubessem como lidar e usá-las”, ela advertiu.

Ela, assim como outros rebeldes sírios combatentes, não quer usar seu nome completo por medo de represálias.

Um líder rebelde conhecido em Ghouta chamado como ‘J’ concordou. “Militantes da al-Nusra Jabhat não cooperam com outros rebeldes, exceto com os combates em terra. Eles não compartilham informações secretas. Eles simplesmente usaram alguns (n.t. imbecis) rebeldes comuns para transportar e operar este material “, disse ele.

Nós estávamos muito curiosos sobre essas armas. E, infelizmente, alguns dos nossos combatentes manusearam indevidamente essas armas e detonaram-nas, declarou o combatente rebelde ’J’.

Médicos que atenderam as vítimas das explosões das armas químicas advertiram aos entrevistadores que deveriam ter cuidado com perguntas a 
respeito de quem, exatamente, foi o responsável pelo mortal ataque.

O grupo humanitário Médicos Sem Fronteiras acrescentou que os trabalhadores de saúde que auxiliaram e socorreram os mais de 3.600 pacientes também relataram ter sintomas semelhantes, incluindo espumar pela boca, dificuldade respiratória, convulsões e visão embaçada.

O grupo de Médicos sem Fronteiras não foi capaz de verificar as informações de  forma independente.

Mais de uma dúzia de combatentes “rebeldes” (ou melhor seria dizer mercenários?) entrevistados relataram que seus salários SÃO PAGOS pelo
governo SAUDITA.

Sobre os autores deste relatório:

Dale Gavlak é correspondente no Oriente Médio para a Mint Press News e Associated Press. Gavlak esta estacionado em Amã, capital da vizinha Jordânia para a Associated Press por mais de duas décadas. Um especialista em assuntos do Oriente Médio, Gavlak cobre atualmente a região do Levante do Oriente Médio para a AP, National Public Radio e Mint Press News, escrevendo sobre temas como política, questões sociais e as tendências econômicas. Dale tem um mestrado em Estudos do Oriente Médio da Universidade de Chicago. Contate Dale em dgavlak@mintpressnews.com 

Yahya Ababneh é um jornalista freelancer jordâniano e está atualmente trabalhando em um mestrado em jornalismo, ele cobriu eventos na Jordânia,
Líbano, Arábia Saudita, Rússia e Líbia. Suas histórias têm aparecido em Amã Net, Saraya News, Gerasa News e em outros lugares.

Para aqueles que podem ter esquecido, aqui estão os detalhes que foram expostos alguns dias atrás … 

Quais foram algumas das revelações impressionantes feitas pelos sauditas? 
Primeiro esta: 

O príncipe saudita Bandar disse a Vladimir Putin, presidente da Rússia,

“Temos muitos valores em comum. E objetivos que nos unem, principalmente a luta contra o terrorismo e o extremismo em todo o mundo. A Rússia, os EUA, a União Europeia e os sauditas concordam com a promoção e consolidação da paz e da segurança internacional."

"A ameaça terrorista está crescendo em função dos fenômenos gerados pela Primavera Árabe. Perdemos (n.t. O CONTROLE de) alguns regimes. E o que temos em troca foram experiências terroristas, como evidenciado pela experiência da Irmandade Muçulmana no Egito e os grupos extremistas na Líbia”. …

“Como um exemplo, eu posso te dar uma garantia para proteger os Jogos Olímpicos de Inverno na cidade de Sochi, no Mar Negro no próximo ano.

Os grupos tchechenos que ameaçam a segurança dos jogos são controlados por nós, e eles não vão se mover em direção ao território da Síria sem uma coordenação conosco.

Esses grupos não nos assustam. Nós os usamos para enfrentar o regime sírio, mas eles não terão nenhum papel ou influência no futuro político da Síria“

É bom saber que os sauditas admitiram que eles controlam uma organização terrorista criminosa que “ameaça a segurança” dos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi 2014, e que a casa de SAUD os usa “contra o regime sírio“. Talvez a próxima vez que houver um atentado em Boston por alguns terroristas chechenos relacionados, alguém pode perguntar a Arábia Saudita que, se por acaso, eles saberiam algo a respeito.

Mas a peça de resistência é o que aconteceu no final do diálogo entre os dois homens, o presidente da Rússia e o príncipe saudita, o chefe do serviço de inteligência da Arábia Saudita.

Foi, em poucas palavras, uma ameaça feita pela Arábia Saudita que apontou diretamente para a Rússia.

Assim que Putin terminou seu discurso, o príncipe Bandar advertiu que, à luz do curso das negociações, as coisas estavam propensas a intensificar-se, especialmente na arena da Síria, embora tenha apreciado a compreensão dos russos sobre a posição da Arábia Saudita, o Egito e a sua prontidão para apoiar o exército egípcio, apesar de seus medos com o futuro do Egito.

O príncipe e chefe dos serviços de inteligência saudita disse que a disputa sobre a abordagem da questão síria leva à conclusão de que:

Não há como escapar da opção militar (o que a Rússia NÃO aceita), porque é a única opção disponível no momento, uma vez que o acordo político terminou em um impasse. Acreditamos que a Conferência de Genebra II vai ser muito difícil, tendo em conta esta situação violenta“.

No final da reunião, os dois lados, a Rússia e a Arábia Saudita concordaram em continuar as negociações, desde que a reunião atual permanecesse em segredo.

Isso foi antes de um dos dois lados vazar a notícia através da imprensa russa.

Desde que agora nós sabemos tudo sobre o assunto, significa que não há mais negociações, um aviso implícito de que os chechenos operando na 
proximidade de Sochi podem apenas tornar-se um canhão perdido (com a bênçãos da Arábia Saudita, óbvio), e que cerca de um mês atrás foi dito:

Na SÍRIA não há como escapar de uma opção militar, porque é a única opção disponível no momento, uma vez que o acordo político terminou em impasse

Enquanto isso a humanidade…
E tudo isso PREDETERMINADO por um príncipe saudita, e tudo em nome de perpetuar a hegemonia dos petrodólares.

Mais uma vez lembramos:

A Rússia e a Arábia Saudita SÃO RESPONSÁVEIS PELA PRODUÇÃO DE 25% da produção mundial de petróleo, mas muito mais
importante estão ausentes do acordo Qatar NatGas (e um gasoduto potencial cruzando a região sob o GOVERNO DE UM NOVO regime sírio receptivo - ou seja, sem Assad - e indo para a Turquia), a Europa permanece em dívida com todos os caprichos dos movimentos de Putin e a Gazpromia.

O pequeno Estado do Qatar, muito rico em gás repassou até US$ 3 bilhões em ARMAS ao longo dos últimos dois anos para apoiar a rebelião (conduzida por 
mercenários) na Síria contra Assad, ultrapassando qualquer outro governo nesse período, mas agora está sendo posto de lado pela Arábia Saudita como a principal fonte fornecedora de armas para os “rebeldes da Síria“.

Permitida a reprodução, desde que mantido no formato original e mencione as fontes.

www.thoth3126.com.br

Fonte:
http://thoth3126.com.br/sirios-acusam-a-arabia-saudita-pelo-fornecimento-de-armas-quimicas/

Leia também:  http://contextolivre.blogspot.com.br/2013/09/o-cairo-damasco-e-hipocrisia-norte.html

Pizzolato é inocente

30/08/2013 - por Marcelo Bancalero em seu blog Xeque-Mate

Existem mais inocentes na AP 470, mas só mostrando que #PizzolatoInocente é que poderemos acabar com esse pesadelo! (Marcelo Bancalero)

Por que insistir na luta que #PizzolatoInocente ... Se sabemos que existem outros inocentes no julgamento do "tal do mensalão"?

Pra comecar assistam a entrevista do jornalista Raimundo Pereira, no Roda Viva. Ao vivo, em horário nobre.



Alguns petistas acabam me compreendendo mal, quando eu ergo mais a bandeira da inocência de Pizzolato, do que de outros petistas.

Eu vou explicar novamente! 

Na verdade, eu acredito sim na inocência dos demais petistas, pois, salvo o erro do caixa 2, assumido por Delúbio, não existem provas para sustentar as denúncias que foram feitas pela PGR/STF.

Porém, os articuladores deste feito sabiam o que estavam fazendo, quando, retiraram Gushiken desta ação penal.

Pois sabiam que precisavam de um petista no Banco do Brasil, para poderem, depois da mentira do desvio que não existiu, dizer: "Foi o PT quem desviou!"

Quando perceberam que mexer com Gushiken seria uma burrada, pois a militância o defenderia com o mesmo ímpeto com que defende Dirceu, Genoíno, João Paulo Cunha e Delúbio...

Agora, com Henrique Pizzolato não...

Para a militância Pizzolato passava desapercebido...

Isso é tão sério, que até hoje, é difícil trazer a militância em peso para defendê-lo, pois a maioria, ainda quer ficar na torcida pelos líderes do PT.

Eu também torço por cada um dos que ajudaram a escrever a história do nosso partido, e com isso a do nosso país...

Mas somente quando o PT enquanto partido, agarrar-se ao fato de que, Henrique Pizzolato é inocente sim! Como os demais, porém com uma diferença, ele tem provas que podem mudar os caminhos deste linchamento jurídico!

Se ao invés dos demais réus da AP 470, ficarem tentando barganhar por penas menores, tivessem se unido pra defender Pizzolato, teriam conseguido modificar esse pesadelo!

Se Joaquim Barbosa conseguir com suas articulações maquiavélicas, continuar escondendo Pizzolato, só restará, aos réus que podem pedir os embargos infringentes, usar esta fase em defesa de Pizzolato. Pois esta é a única maneira de impedir que manchem o legado de Lula.

Se os advogados forem bem instruídos, levarão aos infringentes toda a documentação dos embargos de Pizzolato, e atestando que ele é inocente, quebrarão o elo que fundamenta o "tal do mensalão"

Eu vou continuar acreditando no PT...

Mas vou gritar até todo mundo ouvir...

#PizzolatoInocente e podemos provar!

Fonte:
http://xeque-mate-noticias.blogspot.com.br/2013/08/existem-mais-inocentes-na-ap-470-mas-so.html

Leia mais:
- A inocência provada de Pizzolato - Paulo Moreira Leite
- E agora STF? O mau uso de uma Teoria - Conceição Lemes 
- Fogo no circo do BBB Supremo - Marcelo Bancalero 
- Um julgamento de ribalta não produz segurança jurídica - Maria Inês Nassif 
- STF e o conluio com a mídia - M. Pacheco 
- STF: mais um erro? Ou uma história exemplar? - Alexandre César Costa Teixeira, Lia Imanishi e Raimundo Rodrigues Pereira

E mais:
- Na ABI, o retrocesso do judiciário, o lulismo e o interior profundo deste país - Universidade Nômade
- Dois passos adiante - Theófilo Rodrigues e Antonio Fernando Araujo 
- A criminalizacao do PT e do povo - Ligia Deslandes 
- A Outra História do Mensalão - o livro - Eduardo Guimaraes 
- Ministro, agora entendemos porque fatiar - Cristiana Castro 

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Globo: o odor da saturação

01/09/2013 - Saul Leblon - blog das Frases - Carta Maior

Não se sabe ainda se há relação de causalidade entre uma coisa e outra.

O fato é que manifestantes do Levante Popular guarneceram a sede da Globo em SP, neste sábado (31), com fezes.

A retribuição, em espécie, dizem os integrantes do protesto, remete ao conteúdo despejado diuturnamente pela emissora nos corações e mentes da cidadania brasileira.

Apenas algumas horas depois, uma nota postada no site do jornal ‘O Globo’ manifestava o arrependimento da corporação pelo editorial de 2 de abril de 1964, de apoio ao golpe que derrubou Jango e instalou, por 21 anos, uma ditadura militar no país (Leia os dois textos ao final desta nota).

Se a matéria-prima do protesto motivou a purgação é imponderável.

Mas por certo a recíproca é verdadeira.

O fecalismo voador de que foi alvo o edifício-sede das Organizações Globo na capital paulista é decorrência da ação coesa, contínua, não raro beligerante, que o maior grupo de mídia do país tem dispensado contra ideais e forças progressistas do país. 

A nota deste sábado é histórica. 

Mais pela evidência da mudança na correlação de forças que obriga a emissora a se desfazer de um legado incomodo, do que pelo arrependimento que simula.

Na verdade, nem simula direito. 

A nota faz malabarismo, tergiversa e mente para justificar o golpe que apoiou ostensivamente. 

No fundo, apenas lamenta ter sido tão desabrida, como se não houvesse amanhã.

O amanhã chegou. 

Seja na forma de matéria fecal, protestos massivos, redes alternativas de informação, desqualificação ética, queda de audiência e desprestígio editorial.

O fato é que há na sociedade um discernimento crescente em relação aos verdadeiros propósitos e interesses que movem o noticiário, as campanhas e perseguições movidas pelas Organizações Globo contra projetos, direitos, governos, lideranças e partidos.

A Globo foi e é parte diretamente interessada no assalto ao poder que interrompeu a democracia brasileira em março de 1964.

Não se trata de um editorial isolado, como tenta edulcorar a nota deste sábado. 

Testemunha-o o acervo de 49 anos de pautas golpistas depois do golpe.E décadas de idêntico engajamento pré-64. 

Ou terá sido coincidência que, em 24 de agosto de 1954, consternado com a notícia do suicídio de Vargas, o povo carioca perseguiu e escorraçou porta-vozes da oposição virulenta ao Presidente; cercou e depredou a sede da rádio Globo, que saiu do ar?

O mesmo cerco que levaria Vargas ao suicídio, asfixiou Jango, dez anos depois.

Foi da mídia (a Globo na comissão de frente), a iniciativa de convocar o medo, a desconfiança, o linchamento das reputações que levariam uma parte da classe média a apoiar o movimento golpista. 

Mente a nota ‘arrependida’, ao afirmar, citando Roberto Marinho, em 1984: “os acontecimentos se iniciaram, como reconheceu o marechal Costa e Silva, ‘por exigência inelutável do povo brasileiro’. Sem povo, não haveria revolução, mas apenas um ‘pronunciamento’ ou ‘golpe’, com o qual não estaríamos solidários.

Quem inoculou o terror anticomunista na população, de forma incessante e sem pejo?

Quem gerou o pânico e, a contrapelo dos fatos, martelou a tecla de um governo isolado e manipulado ‘pelo ouro de Moscou’?

O acervo do Ibope, catalogado pelo Arquivo Edgard Leuenroth, da Unicamp, reúne pesquisas de opinião pública feitas às vésperas do golpe. 

Os dados ali preservados foram cuidadosamente ocultados pela mídia no calor dos acontecimentos e por décadas posteriores.

Agora conhecidos, ganham outro significado quando emoldurados pela atuação do aparato midiático ontem – mas hoje também.

Enquetes levadas às ruas entre os dias 20 e 30 de março de 1964, quando a democracia já era tangida ao matadouro pelos que bradavam a sua defesa em manchetes e editoriais, mostram que:

a) 69% dos entrevistados avaliavam o governo Jango como ótimo (15%), bom (30%) e regular (24%). Apenas 15% o consideravam ruim ou péssimo, fazendo eco dos jornais.

b) 49,8% cogitavam votar em Jango, caso ele se candidatasse à reeleição, em 1965 (seu mandato expirava em janeiro de 1966); 41,8% rejeitavam essa opção.

c) 59% apoiavam as medidas anunciadas pelo Presidente na famosa sexta-feira, 13 de março. 

Em um comício que reuniu então 150 mil pessoas na Central do Brasil (o país tinha 72 milhões de habitantes), Jango assinou decretos que expropriavam as terras às margens das rodovias para fins de reforma agrária; e nacionalizou refinarias de petróleo.

As pesquisas sigilosas do Ibope formam apenas o desnudamento estatístico de um jornalismo que ocultou – e oculta – elementos da equação política quando se trata de sabotar as aspirações progressistas da sociedade; convocou e convoca, exortou e exorta, manipulou e manipula, incentivou e incentiva o complô, a manobra, a desqualificação, ao cassação e, no limite, o golpe.

Em defesa dos mesmos interesses que fizeram 64. 

O editorial ‘O Renascimeto da Democracia’, de que se arrepende a empresa ora guarnecida com resíduo fecal, não foi um ponto fora da curva. Mas o curso natural de um engajamento histórico.

Não se deduza disso que a democracia brasileira vivia em 1964 mergulhada na paz de um lago suíço. 

Num certo sentido, vivia-se, como agora, o esgotamento de um ciclo e o difícil parto do novo. 

Uma parte da sociedade – majoritária, vê-se agora pelos dados escondidos no acervo do Ibope – considerava no mínimo pertinente o roteiro de soluções proposto pelas forças progressistas aglutinadas em torno do governo Jango.

As reformas de base – a agrária, a urbana, a fiscal, a educacional — visavam destravar potencialidades e recursos de um sistema econômico exaurido.

Jango pretendia associar a isso um salto de cidadania e justiça social.

O que importa reter aqui, como traço de atualidade inescapável, é o comportamento extremado do aparato midiático diante desse projeto.

Convocada a democracia e a sociedade a discutir o passo seguinte da história brasileira, os campeões da legalidade de ontem e de hoje optaram pelo golpe.

Deram ao escrutínio popular um atestado de incompetência política para formar os grandes consensos indispensáveis à emergência de um novo ciclo de desenvolvimento com maior justiça social. 

Não há revanchismo nesse retrospecto. 

Pauta-o a necessidade imperativa de dotar a democracia brasileira das salvaguardas de pluralidade midiática e participação social que a preservem da intolerância conservadora.

Aquela que em 54 matou Getúlio.

Em 1964, negou à sociedade a competência para decidir o seu destino.

Em 2002 fez terrorismo contra Lula.

Em 2005 tentou derrubá-lo e impedir a sua reeleição em 2006. 

E assim se sucede desde 2010, contra Dilma.

A exemplo do que se assiste agora contra o PT e suas lideranças, ao mesmo tempo em que se exacerba a gravidade dos desafios econômicos na manipulação das expectativas dos mercados.

Veiculado pela família Marinho dois dias depois do golpe, o editorial do Globo, não foi um ponto fora da curva.

Ele consagra um método. 

Que a experiência recente não pode dizer que caiu em desuso.

Mas que vive um ponto de saturação.

Ilustra-o a necessidade de mostrar arrependimento. 

Bem como o sugestivo odor exalado das paredes da sede da Globo em São Paulo.
O arrependimento simulado serve também como admissão de culpa.

De quem moveu a alavanca da derrubada de um governo democrático.

Mais que isso: legitimou, ocultou e se esponjou nas vantagens obtidas junto a um regime que recorreu à tortura e ao assassinato contra opositores.

Cabe à Comissão da Verdade fazer desse 'arrependimento' um verdadeiro ato de justiça.

E convocar a Globo a depor perante a Nação.

Fonte:
http://www.cartamaior.com.br/templates/postMostrar.cfm?blog_id=6&post_id=1309

Leia também: http://www.brasileducom.blogspot.com.br/2013/09/globo-admite-erro-em-64-haja-medo.html

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

... e o PIB subiu

30/08/2013 - Aguenta, Miriam.
- O Tombini fez o que pôde, mas não deu. O PIB subiu
- Fernando Brito - Tijolaço

O resultado divulgado agora há pouco pelo IBGE sobre o PIB não mostra que o crescimento da economia brasileira ficou acima das expectativas do “mercado”, que já ruminava com desdém uma previsão de crescimento de 1% nas contas do segundo trimestre de 2013.

Mostra que ficou MUITO acima: 1,5% de expansão, em relação ao primeiro trimestre e 3,3% em relação ao mesmo trimestre de 2012.

Num mundo em recessão, o dobro dos sinais de recuperação  que estão sendo saudados em prosa e verso pela mídia nos países desenvolvidos.

A Globo, por exemplo, soltou foguetes quando anunciou, ontem [29], uma prévia do PIB dos EUA com taxas, respectivamente, de +0,6% e + 2,5% em relação ao primeiro trimestre e ao trimestre correspondente em 2012.

E o resultado só não foi melhor porque a reversão da política de juros do Banco Central brasileiro, sob os aplausos dos comentaristas econômicos,
impôs arrocho ao crédito, aos investimentos e ao consumo das famílias, além de pressionar o governo a cortar despesas para fazer o tal superavit primário, para o qual lambem os beiços e os rentistas enchem os bolsos.

Olhe lá no gráfico e confira como o consumo das famílias e despesas governamentais foram os fatores que seguraram o PIB brasileiro de abril a 
junho.

Agora vai começar a cantilena que o terceiro trimestre vai ser pior. É possível até que não se repitam os números do segundo, mas a ascensão do PIB anual vai continuar, porque o do terceiro trimestre do ano passado – que é a base de comparação correta para o acumulado – não foi nenhuma Brastemp.

O terrorismo econômico não vai acabar, nem vai se reduzir.

Só o que pode vencê-lo é a coragem de persistir num modelo, que arranque nosso país da estagnação crônica que, até dez anos atrás, era a nossa rotina.

Não duvide que vão continuar nos acenando com monstros e fantasmas, inflação, câmbio, superavits.

A nós, porém, o perigo é nos faltar a coragem para avançar pelo caminho que tem dado certo.

Fonte:
http://tijolaco.com.br/index.php/aguenta-miriam-o-tombini-fez-o-que-pode-mas-nao-deu-o-pib-subiu/
Leia também:
http://correiodobrasil.com.br/ultimas/pib-do-2o-tri-confirma-rota-de-recuperacao/640857/?utm_source=newsletter&utm_medium=email&utm_campaign=b20130902

domingo, 1 de setembro de 2013

A inocência provada de Pizzolato

28/08/2013 - Paulo Moreira Leite - Blog Megacidadania - Facebook

Nos próximos dias, o STF irá examinar os recursos de Henrique Pizzolato, o antigo diretor do Banco do Brasil condenado a 10 anos e dez meses.

Não se sabe a data certa porque a agenda de cada dia costuma ser anunciada de modo repentino e está sujeita a mudanças inesperadas e imprevisíveis.

É uma situação inexplicável, que prejudica os réus. Muitas vezes, seus recursos são julgados sem que seus advogados possam estar presentes.

Quem costuma ler este espaço conhece minha opinião.

Estou convencido de que, como vários réus, Pizzolato (o presidente do tribunal Ayres Britto o chamou de ”Pitzolato,” talvez para dar um toque italianado ao ambiente) foi condenado de forma absurda, contra toda lógica e contra todos os indícios materiais.

Explico. O drama não é que, como acontece com muitos réus, não surgiram provas para culpar Pizzolato. Havia provas sim. 

Mas elas demonstram sua inocência. 

Se toda pessoa é inocente até que se prove o contrário, com se aprende nos cursos preparatórios de Direito, Pizzolato fez mais do que isso. Provou sua inocência. 

Sei que é difícil ler uma afirmação tão categórica sem desconfiar da sanidade de quem escreveu. Peço ao leitor que tenha um pouco de paciência e acompanhe este texto até o final. Muitas vezes as pessoas só conseguem enxergar aquilo que querem ver. 

Tivemos um exemplo recente.

Não foi assim que ontem a inesquecível jornalista Micheline Borges [foto] duvidou que aquelas mulheres negras que vêm de Cuba para participar dos Mais Médicos pudessem ser médicas, pois têm “cara de empregada doméstica”?

Médico tem cara de médico, se impõe a partir da aparência... Coitada da nossa população,” escreveu Micheline, traduzindo, com sinceridade bruta, 500 anos de preconceito que nossos observadores mais cultos e bem colocados nos jornais e na TV exploram politicamente, de forma vergonhosa, mas com cuidado para não dar na vista. 

Pois é. O caso é que Pizzolato, em termos penais, não tem “cara de médico.” 

Pizzolato foi condenado porque a acusação disse que era “pessoalmente” responsável pelo esquema. Ele é que teria comandado um suposto desvio de R$ 73,8 milhões para o PT. Definia antecipações para a agência DNA, que mandava o dinheiro para o PT.

Segundo os ministros que o condenaram, “Pitzolato” (aos poucos a gente vê o tipo de associação que se pode fazer com italianizações, não é mesmo? Seria uma associação de italianos com a máfia?) manipulava recursos públicos, que “pertenciam ao Banco do Brasil”, usando a empresa Visanet. 

Tudo isso é falso, errado, e não para em pé. Mas está lá, no tribunal, e pode levar Pitzolato para a cadeia. 

Vamos devagar para explicar direito. Está provado nos autos da ação penal que Pitzolato (será que estavam falando em pizza, sinônimo de impunidade?) não assinou nenhuma das notas que determinaram os pagamentos de R$ 73,8 milhões. Eram quatro notas, de valores variados. Nenhuma tem seu autógrafo. 

Duas notas foram assinados por um diretor chamado Leo Batista de Oliveira. Outras duas, por Douglas Macedo. Não há a assinatura de Pitzolato nos documentos. Nenhuma vez.

Descobriu-se, apenas em 2012, em pleno julgamento, que eles estavam sendo investigados secretamente, em outro inquérito que ninguém sabe que rumo tomou porque, até hoje, continua secreto. 

Ao menos por enquanto, aqueles que a justo título eram os únicos que poderiam ser chamados de responsáveis “pessoalmente” pelo pagamento, não correm o risco de enfrentar uma pena de prisão prolongada, como Pitzolato pode ter de enfrentar, caso não seja possível, nessa dificílima, duríssima fase de recursos, convencer ministros a reexaminaras “contradições, omissões e obscuridades” do acordão que resume a condenação. 

Não acho que esses diretores deveriam ser julgados ou condenados no lugar de Pizzolato. Como você verá a seguir, eles também seriam vítimas de um erro. Mas, na lógica do julgamento, ocorreu uma situação estranhíssima, inexplicável. 

Os diretores que deixaram a assinatura naquelas notas que, na visão do STF, constituem a prova contra Pizzolato, tiveram mais sombra e água fresca do que quem não deixou traço. Nem a turma do mensalão PSDB-MG foi tão bem tratada. 

Se autografaram pagamentos que eram criminosos, como diz a denúncia, no mínimo deveriam ter sido julgados como cúmplices, co-autores, ou coisa semelhante. Poderiam demonstrar, se fosse o caso, que eram simples laranjas de um super-poderoso Pizzolato, que agia de modo solerte nos bastidores. Não aconteceu uma coisa nem outra. Como uma pessoa pode ser "pessoalmente" responsável nessas condições? 

O grave é que isso está lá, nos autos. Ninguém precisa “investigar” para saber quem assinou as notas.

O grave é que os dois estão um inquérito à parte, quando um calouro da Academia de Polícia sabe que não é possível definir responsabilidades de um sem avaliar a de outro e vice-versa.

Temos, então, uma questão básica, elementar, que é chocante. Condena-se o único diretor contra o qual não há provas nem atos de ofício sobre sua responsabilidade. 

Vamos prosseguir. 
Pitzolato foi condenado por crime de peculato, porque sua atividade envolve, supostamente, “dinheiro público.” 

Seis meses depois da entrevista na qual Roberto Jefferson falou em “mensalão”, uma auditoria realizada e assinada por 25 auditores do Banco do Brasil mostrou que que os recursos usados pela empresa Visanet eram privados “não pertencendo os mesmos ao BB investimentos nem ao Banco do Brasil.

A auditoria mostrou inclusive que o dinheiro sequer transitava pelo Banco do Brasil. Ficava numa conta da Visanet e, quando era o caso de usá-lo em campanha de publicidade do cartão, um diretor, previamente escolhido pelo Banco – aqueles dois nomes já citados aqui -- assinava uma nota autorizando o pagamento para a agencia de Marcos Valério, DNA. 

Em seu depoimento como testemunha, o auditor chefe do Banco confirmou o que disse. Deu explicações suplementares, sanou todas as dúvidas. Nenhuma linha de seu trabalho foi contestada pela acusação. Nenhum número. Pergunto assim quem deveria ser levado em conta: o auditor, que conhece cada centímetro quadrado do banco, ou o ministério público, envolvido em demonstrar “o maior escândalo da história”? 

No julgamento, quando o advogado de Pizzolato, Sávio Lobato, terminou a defesa, o relator Joaquim Barbosa fez uma interpelação sobre a natureza dos recursos. Joaquim queria saber se eram públicos ou privados.

Sávio explicou, didaticamente, como a coisa funciona. Toda vez uma pessoa faz uma pequena compra com o cartão, paga uma porcentagem à Visa. Esta retira uma fração deste dinheiro recolhido para formar o fundo Visanet. Com esses recursos, recolhidos de quem tem o próprio cartão, o Fundo financia campanhas de seus quase 30 bancos associados, entre eles o Banco do Brasil. 

O youtube tem a íntegra das alegações de Sávio Lobato, que fez a defesa de Pizzolato. 

Ali se vê o momento em que o advogado dá explicações ao relator. Há uma certa tensão. Mas o argumento fica claro. Como cliente associado a Visa, o Banco do Brasil, através daqueles diretores que não eram Pizzolato, autorizava o Fundo a pagar agências que faziam campanhas. Nesta divisão do trabalho, cada banco cuidada da publicidade, com suas agências, seu marketing. O Fundo pagava, com o dinheiro recolhido a partir de cada compra de seus clientes. 

Pitzolato também foi condenado numa discussão falsa, em torno do Bonus de Volume.

O STF considerou que ele tinha o dever de obrigar a DNA a devolver ao banco o chamado BV, que é uma retorno que as agências recebem de seus anunciantes em função de campanhas realizadas.

Os juízes consideram que essa atitude de Pizzolato também contribuiu no desvio de recursos. 

O problema é que na fase de interrogatórios e testemunhos, a defesa convocou um executivo da TV Globo, a maior empresa de comunicações do país, para explicar o que vem a ser o BV.

Num depoimento de mais de uma hora, que não foi contestado em nenhum momento por membros do ministério público, Otavio Florisbal, na época o principal executivo da emissora, explicou claramente o que é o Bonus, como é pago, porque não é nem deve ser devolvido aos anunciantes, devendo ficar com a agência.

A defesa também lembrou que uma decisão recente do Tribunal de Contas da União legalizou o uso do BV, dirimindo dúvidas que poderiam haver.

A realidade é que, além do setor privado, estatais e empresas mistas adotam o mesmo procedimento. Seriam punidas pelo mercado se não agissem assim. 

Se o Banco do Brasil errou, por que os outros não foram investigados nem condenados? Não haveria aí um crime de responsabilidade, no mínimo? 

Outra acusação é que Pizzolato, como diretor de marketing do Banco, não acompanhou nem fiscalizou devidamente o trabalho da DNA.

Na definição de funções, esse trabalho cabia ao gerente executivo, Claudio Vasconcelos, outro que não foi incomodado pela ação penal 470. 

No julgamento, o promotor Roberto Gurgel citou depoimento de uma testemunha que afirmou que as campanhas da DNA eram uma farsa, sugerindo que não passava de uma cobertura para se enviar R$ 73 milhões para o PT. 

Rastreando as contas da testemunha a Polícia Federal colocou sua credibilidade em dúvida. Descobriu um deposito indevido, enviado por outra agência. 

A denuncia de que as campanhas eram uma fraude ajudam a dar um número para o mensalão – teria custado R$ 73,8 milhões – mas isso não se sustenta. 

É tanto dinheiro que não faz nexo. Qualquer pessoa que já teve de enfrentar um briga por seus direitos junto a uma empresa de cartão de crédito sabe que elas não perdoam um centavo em suas cobranças, de taxas que não se entende nem elas explicam.

Para se acreditar num golpe de 73,8 milhões, às claras, com assinatura, é preciso acreditar num disparate: um banco de malucos embolsa R$ 73,8 milhões de uma multinacional como a Visa e nada lhes acontece. 

E se esse dinheiro sumiu dos cofres do Banco do Brasil, como quer o STF, é de se perguntar por que, dez anos depois, nenhum presidente da instituição foi sequer chamado a prestar contas. Nem é preciso apelar para a teoria do domínio do fato, neste caso, para fazer um chamado as responsabilidades, vamos combinar.

Também foi possível demonstrar, até com ajuda de uma auditoria privada, que as campanhas foram realizadas. Há fotos de eventos, imagens e assim por diante. Também há notas de pagamentos, para empresas com CNPJ, endereço conhecido.

Rastreando notas e pagamentos de serviços de quase uma década, DNA conseguiu comprovar, nota por nota, num esforço gigantesco de defesa, 85% dos gastos – porcentagem notável, considerando o tempo passado e a imensa quantidade de fornecedores, clientes e empresas envolvidas. 

Cabe lembrar, contudo, que mesmo que alguma irregularidade ficasse demonstrada, ela envolveria recursos privados, recolhidos pela Visanet. Não era dinheiro do Banco do Brasil. 

Uma acusação acompanha Pizzolato desde o início do mensalão. Ele recebeu um envelope com R$ 326 000 retirados do Banco Rural. Pizzolato alega que o dinheiro era do PT. O relator Joaquim Barbosa sustentou que foi pagamento de propina por parte do esquema. 

Você pode duvidar de um e de outro e eu até admito que, conhecendo os maus costumes do mundo político, é difícil aceitar o argumento de Pizzolato. Ninguém quer se sentir ingênuo num universo de esperto, vamos combinar. 

O fato é que a Receita quebrou seu sigilo fiscal e sua conta bancaria e não encontrou traço desses recursos. Ele comprou um apartamento de R$ 400 000 na mesma época, o que gerou suspeitas. Mas provou usou recursos acumulados em sua carreira de executivo de banco, com investimentos declarados honestamente à receita. 

Seja como for, a acusação não fez sua parte. Não rastreou o dinheiro a ponto de provar que ele foi embolsado por Pizzolato. Votou-se numa dedução, numa suspeita, numa probabilidade, altíssima, conforme determinada visão. 

Mas fica uma dúvida básica. Para que pagar propina a um diretor que não tinha poder de liberar um centavo?

Quem acha que é sempre esperto poderia responder a essa pergunta. E, quem sabe, perceber que pode estar fazendo papel de bobo. 

Fonte: íntegra da Postagem: 
https://www.facebook.com/people/Paulo-Moreira-Leite/100006198425564
http://www.megacidadania.com.br/a-inocencia-provada-de-pizzolato/

Globo admite "erro" em 64. Haja medo!


Por Altamiro Borges - em seu Blog

O Globo publicou neste sábado (31) um artigo que entrará para a história da mídia nativa. O jornal finalmente assume que o "apoio editorial ao golpe de 64 foi um erro" - estampa já no título. O texto é maroto, cheio de distorções históricas, mas confirma que a arrogante Rede Globo está com medo. Medo dos protestos de rua contra o império global, que um dia antes voltaram a ocupar os portões da emissora em vários estados. Medo da repercussão na blogosfera das denúncias sobre a bilionária sonegação fiscal da empresa. Medo da concorrência no setor, principalmente com a presença das multinacionais da tecnologia, como a Google, que abocanham gordas fatias do mercado publicitário.


Com o editorial, a famiglia Marinho tenta recuperar um pouco da credibilidade perdida, expressa na queda da tiragem do jornal e da audiência da emissora. O jornalão mesmo admite que os protestos de rua estão incomodando. "Desde as manifestações de junho, um coro voltou às ruas: 'A verdade é dura, a Globo apoiou a ditadura'. De fato, trata-se de uma verdade, e, também de fato, de uma verdade dura. Já há muitos anos, em discussões internas, as Organizações Globo reconhecem que, à luz da História, esse apoio foi um erro". Mas só agora o império confirmou o seu bárbaro crime!

O jornal garante que o texto de autocrítica já estava pronto há meses - mas quem vai acreditar num império que sempre mente e manipula? E afirma, posando de humilde: "Não lamentamos que essa publicação não tenha vindo antes da onda de manifestações, como teria sido possível. Porque as ruas nos deram ainda mais certeza de que a avaliação que se fazia internamente era correta e que o reconhecimento do erro, necessário. Governos e instituições têm, de alguma forma, que responder ao clamor das ruas. De nossa parte, é o que fazemos agora, reafirmando o nosso incondicional e perene apego aos valores democráticos". Só mesmo um ingênuo para acreditar nesta bravata!

Na sequência, o texto ainda tenta justificar o apoio ao golpe. "O Globo, de fato, à época, concordou com a intervenção militar, ao lado de outros grandes jornais, como 'O Estado de S.Paulo', 'Folha', 'Jornal do Brasil' e o 'Correio da Manhã', para citar apenas alguns. Fez o mesmo parcela importante da população, um apoio expresso em manifestações e passeatas organizadas em Rio, São Paulo e outras capitais. Naqueles instantes, justificavam a intervenção dos militares pelo temor de outro golpe, a ser desfechado pelo presidente João Goulart, com amplo apoio de sindicatos - Jango era criticado por tentar instalar uma 'república sindical' - e de alguns segmentos das Forças Armadas".

O Globo só não confessa que ajudou a criar o clima para o golpe militar, que investiu pesado para desestabilizar um governo democraticamente eleito e que manipulou para incitar a classe "mérdia". O jornal também nada fala sobre a conspiração orquestrada pelo governo dos EUA, pelo latifúndio e por grandes empresários contras as "reformas de base" anunciadas por Jango. Um complô em que a imprensa, historicamente reacionária, teve papel determinante. Pesquisas da época indicam que João Goulart tinha o apoio da maioria da sociedade. Mas o "partido da imprensa golpista" fez de tudo para derrubá-lo e para instalar uma ditadura sanguinária no país.

O editorial ainda afirma que "naquele contexto, o golpe, chamado de 'Revolução', termo adotado pelo Globo durante muito tempo, era visto como a única alternativa para manter no Brasil uma democracia". O jornal nada fala sobre os seus vínculos estreitos com os generais golpistas e os torturadores e assassinos da ditadura. Não explica como a famiglia Marinho construiu seu poderoso império com o apoio do regime militar. No maior cinismo, ainda insinua que ajudou na luta pela democratização do país. "Nos vinte anos durante os quais a ditadura perdurou, O Globo, nos períodos agudos de crise, mesmo sem retirar o apoio aos militares, sempre cobrou deles o restabelecimento, no menor prazo possível, da normalidade democrática".

O Globo não explica porque escondeu a campanha das Diretas-Já, tornando um ato da campanha numa "festa de aniversário" de São Paulo; porque maquiou Collor de Mello como o "caçador de marajás' para derrotar o operário Lula nas eleições presidenciais; porque foi o baluarte do projeto destrutivo e regressivo do neoliberalismo no triste reinado de FHC. Também nada fala sobre a sua ofensiva para "sangrar" de Lula e da sua campanha descarada contra a eleição de Dilma Rousseff.

Ao final, o editorial afirma que "a História não é apenas uma descrição de fatos, que se sucedem uns aos outros. Ela é o mais poderoso instrumento de que o homem dispõe para seguir com segurança rumo ao futuro: aprende-se com os erros cometidos e se enriquece ao reconhecê-los". A famiglia Marinho não aprendeu nada com a História!


Fonte: http://altamiroborges.blogspot.com.br/2013/09/globo-admite-erro-em-64-haja-medo.html?spref=tw


Globo: o dor da saturação