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sábado, 13 de abril de 2013

Fórum Social Mundial, esperança e medo

03/04/2013 - Por Immanuel Wallerstein (*)
- Tradução de Gabriela Leite para o blog Outras Palavras

Immanuel Wallerstein resenha as principais polêmicas que marcaram FSM-2013 na Tunísia. E frisa: elas confirmam enorme importância do encontro.

O Fórum Social Mundial (FSM), que acaba de encerrar sua edição atualmente bienal, aconteceu este ano em Túnis.

Foi vastamente ignorado pela imprensa mundial mainstream.

Muitos de seus participantes eram céticos que falavam de sua irrelevância, algo que acontece a cada encontro desde sua segunda edição, em 2002.

Foi marcado por debates sobre sua própria estrutura e esteve repleto de polêmicas sobre qual a estratégia política correta para o mundo da esquerda.

Apesar disso, foi um enorme sucesso.

Uma maneira de medir seu êxito é relembrar o que ocorreu no último dia do último FSM, em Dakar, em 2011.

Neste dia, Hosni Mubarak foi forçado a abandonar a presidência do Egito. Todos no Fórum aplaudiram.

Mas muitos disseram que esse ato em si provava a irrelevância do encontro.

Algum dos revolucionários na Tunísia ou no Egito buscou inspiração no evento?

Eles ao menos tinham ouvido falar sobre o Fórum Social Mundial?

Mas, dois anos depois, o Fórum reuniu-se em Túnis, a convite dos próprios grupos que iniciaram a revolução na Tunísia.

Parecem ter considerado que sediá-lo em sua capital ampliaria a força de sua luta para preservar as conquistas da revolução, contra as forças que, acreditam, estão agindo para domá-la, e levar ao poder novamente um governo opressivo e anti-secular.

O slogan de longa data do FSM é “outro mundo é possível”.

Os tunisianos insistiram em adicionar um novo, exibido com igual proeminência no encontro.

A palavra era “Dignidade” (ao lado) — nos crachás de todos, em sete línguas.

De muitas maneiras, o slogan adicional enfatiza o elemento essencial que une as organizações e indivíduos presentes no Fórum — a busca por igualdade verdadeira, que respeita e aumenta a dignidade de todos, em todos os lugares.

Não significa que houve total acordo no Fórum. Longe disso!

Uma maneira de analisar as diferenças é observá-las como reflexo do contraste entre a ênfase na esperança e a ênfase no medo.

Em sua composição, o FSM tem sido sempre uma grande e inclusiva arena de participantes, que situam-se desde a extrema esquerda até o centro-esquerda.

Para alguns, isso tem sido sua força, permitindo educação recíproca entre pessoas e organizações ligadas diversas tendências, ou com foco em distintos temas — uma educação mútua que levaria a médio prazo a unir ações, para transformar nosso sistema capitalista existente.

Para outros, isso parece ser o caminho da cooptação por aqueles que desejam meramente atenuar as desigualdades existentes, sem fazer nenhuma mudança fundamental. Esperança versus medo.

Outra fonte de constante discussão foi o papel dos partidos políticos de esquerda no processo de transformação.

Para alguns, não é possível fazer mudanças significativas, tanto em curto quanto em médio prazos, sem partidos de esquerda no poder. E uma vez no poder, essas pessoas sentem que é essencial mantê-los lá.

Outros resistem a essa ideia. Sentem que, mesmo se ajudarem tais partidos a chegarem ao poder, os movimentos sociais devem permanecer de fora, como controle crítico destes partidos, que com a prática quase certamente descumprirão suas promessas. Mais uma vez, esperança versus medo.

A atitude a adotar diante dos novos países emergentes — os chamados BRICS e outros — é outra fonte de divisão.

Para alguns, os BRICS representam uma importante contra-força ao norte clássico — Estados Unidos, Europa Ocidental e Japão.

Para outros, eles levantam suspeitas sobre um novo grupo de poderes imperialistas. O papel da China na Ásia, África e América Latina hoje é particularmente controverso. Esperança versus medo.

O estado concreto da esquerda mundial é outra fonte de debate interno.

Para alguns, o FSM tem sido bom na negação — oposição ao imperialismo e neoliberalismo. Mas está, lamentavelmente, atrasado na formulação de alternativas específicas. Essas pessoas clamam pelo desenvolvimento de objetivos programáticos concretos para a esquerda mundial.

Mas para outros, a tentativa de fazê-lo serviria primariamente para dividir e enfraquecer as forças unidas no Fórum. Esperança versus medo.

Outra discussão constante é sobre o que tem sido chamada de “descolonização” do FSM.

Para alguns, ele está exageradamente, desde seu início, em mãos de gente do mundo pan-Europeu: de homens, pessoas mais velhas, das chamadas populações privilegiadas do mundo.

O Fórum tem, como organização, buscado estender-se além de sua base inicial — espalhando-se geograficamente, procurando fazer suas estruturas refletirem cada vez mais demandas a partir da base.

Isso tem sido um esforço contínuo, e ao comparar cada edição sucessiva do Fórum, percebe-se que ele tem se tornando, neste aspecto, cada vez mais inclusivo.

A presença em Túnis de todos os tipos de “novas” organizações — Occupy, Indignados, etc — é prova disso.

Para outros, este objetivo está longe de ser alcançado, a ponto de produzir dúvidas sobre se há uma real intenção de cumprir este objetivo. Esperança versus medo.

O FSM fundou um espaço de resistência. Doze anos depois, permanece o único lugar onde todas partes destes debates reúnem-se para continuar a discussão.

Existem pessoas que estão cansadas dos mesmos debates contínuos? Sim, é claro.

Mas também parece sempre haver novas pessoas e grupos chegando, que buscam participar e contribuir para a construção de um mundo de esquerda eficaz.

O Fórum Social Mundial está vivo e está bem.

(*) Immanuel Wallerstein é um dos intelectuais de maior projeção internacional na atualidade. Seus estudos e análises abrangem temas sociológicos, históricos, políticos, econômicos e das relações internacionais. É professor na Universidade de Yale e autor de dezenas de livros. Mantém um site. Seus textos traduzidos publicados por Outras Palavras podem ser lidos aqui 

Fonte:
http://www.outraspalavras.net/2013/04/03/forum-social-mundial-entre-esperanca-e-medo/

Nota:
A inserção de algumas imagens adicionais, capturadas do Google Images, são de nossa responsabilidade, elas inexistem no texto original.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

FSM 10 Anos: em Porto Alegre e Salvador, movimentos sociais definem pauta para 2010

No RS, plenária do dia 29 estabeleceu calendário de lutas e temas prioritários para este ano

por Igor Ojeda, do Brasil de Fato
Os diversos movimentos sociais do Brasil e do mundo realizaram, na manhã desta sexta-feira (29), a sua já tradicional assembleia unificada no marco do Fórum Social Mundial (FSM). Segundo a organização, o evento reuniu cerca de mil pessoas no auditório da Usina do Gasômetro, em Porto Alegre.

Durante o encontro, estabeleceu-se que as inúmeras pautas para 2010 que constarão do documento final dos movimentos reunidos no FSM – que será divulgado ainda hoje – estarão inseridas em quatro eixos fundamentais de lutas: contra os efeitos da crise do capitalismo sobre os trabalhadores, contra as políticas que causam danos ao meio ambiente, contra a militarização e pela soberania alimentar.

A ex-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Lúcia Stumpf, fez a leitura do documento preliminar elaborado pelos movimentos, que recebeu sugestões de itens a adicionar por parte da plenária. Segundo o texto, ficou definido que no dia 31 de maio ocorrerá, em São Paulo, uma assembleia nacional dos movimentos sociais, com o objetivo de estabelecer um calendário comum de lutas.

O documento afirma, ainda, que os 10 anos de FSM foram fundamentais para a construção de uma nova cultura política, baseada no multilateralismo, e que a atual crise econômica coloca os movimentos sociais em situação favorável para se travar a luta por um outro mundo.

Antes da leitura do texto preliminar, pelo menos dois importantes eventos foram anunciados. O primeiro, por Marcos Ibáñez, da Frente Social e Popular do Paraguai: o Fórum Social das Américas, que será realizado entre os dias 11 e 15 de agosto na capital paraguaia, Assunção.

O outro evento foi apresentado por Pablo Solón, embaixador da Bolívia perante à ONU. Segundo ele, ocorrerá em Cochabamba, na região central boliviana, entre 19 e 22 de abril, uma conferência dos povos sobre as mudanças climáticas. “Vinte e um países querem nos impor o acordo de Copenhague, que os libera das responsabilidades que têm por terem contaminado nosso planeta. Contra esses 21 países, estamos convocando uma conferência de todos os movimentos sociais e povos do mundo para
definirmos o que fazer para enfrentar essa agenda de cambio climático que nos afeta a todos”, disse Solón, antecipando que um dos objetivos é a elaboração de uma Declaração Universal dos Direitos da Mãe-Terra.

Cerca de 35 mil pessoas participaram da edição que comemorou os dez anos do Fórum Social Mundial na Grande Porto Alegre. Os dados foram divulgados sexta, 29, durante uma mesa de avaliação na Assembleia Legislativa gaúcha.

Fórum Social Temático da Bahia: movimentos apresentarão projeto de país em debate eleitoral

por Bia Barbosa, da Agência Carta Maior
Com o intuito de consolidar uma plataforma de bandeiras unitárias e um calendário de lutas para o ano de 2010, cerca de 300 militante, de 15 organizações nacionais, participaram da Assembleia dos Movimentos Sociais, no encerramento das atividades do Fórum Social Temático da Bahia, neste domingo (31), em Salvador. No centro do debate, a construção de um projeto de país, que será discutido e apresentado no bojo do debate eleitoral como forma de orientar a atuação dos movimentos na disputa política mais ampla.

Reconhecendo o FSM como um espaço importante para contagiar corações e mentes para a idéia de que é possível construir outro mundo, com justiça social e democracia, sem destruir o planeta e valorizando as culturas nacionais, a integração e a solidariedade entre os povos, os movimentos sociais apontaram, no documento resultante do encontro, os principais desafios para o próximo período.

"Essa crise abriu a possibilidade de se rediscutir o ordenamento mundial, os rumos da sociedade, o papel do Estado e um novo modelo de desenvolvimento. (...) Nosso continente, a América Latina, atrai os olhos de todo o planeta diante de sua onda transformadora. Por outro lado, a hegemonia mundial ainda é capitalista e as elites não entregarão o continente que sempre foi tido como o quintal do imperialismo de mão beijada", analisam.

Eles lembram que o povo estadunidense elegeu Barack Obama em um grande movimento de massas, mas mesmo com Obama o imperialismo continua sendo imperialismo. No Brasil, reconhecem os avanços do governo Lula, mas afirmam que as Reformas estruturais capazes de enraizar as conquistas democráticas não foram realizadas e a grave desigualdade social está longe de ser resolvida. "Por isso, devemos lutar pelo aprofundamento das conquistas nesse período de embate político que se aproxima", aponta a Assembleia.

Entre as bandeiras unitárias da plataforma estão a luta contra os monocultivos predatórios, os desmatamentos e o latifúndio e em defesa da biodiversidade e dos recursos naturais como forma de preservação do meio ambiente; o combate ao machismo, ao racismo e à homofobia; a defesa do Pré-sal 100% para o povo brasileiro; a luta contra o golpe de Estado em Honduras; a criminalização dos movimentos sociais e a solidariedade aos presos políticos do MST.

"A direita vai se aproveitar das eleições para justificar toda a repressão que faz contra os movimentos sociais. Precisamos estar unidos para este enfrentamento", avalia João Paulo Rodrigues, da Coordenação Nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra.

A solidariedade ao povo haitiano, diante do recente desastre ocorrido em virtude de uma seqüência de terremotos, também está entre as prioridades dos movimentos para o primeiro semestre. Além da ajuda solicitada ao governo federal pela Via Campesina, o objetivo é angariar apoio a ser entregue diretamente aos movimentos populares do país. "O Haiti foi a única revolução de ex-escravos que saiu vitoriosa. Por isso o imperialismo não a aceita. Já construímos a Frente dos Movimentos em Solidariedade ao Haiti e seguiremos reivindicando a retirada das tropas brasileiras do país, transformação a ação do Brasil em ajuda humanitária", explica Milton Barbosa, do Movimento Negro Unificado (MNU).

Um projeto soberano para o Brasil
A Assembleia dos Movimentos Sociais em Salvador aprovou ainda a construção de um projeto de desenvolvimento soberano, democrático e com distribuição de renda para o Brasil a ser apresentado pelos movimentos no bojo do processo de debate eleitoral deste ano. A idéia é fazer um grande mutirão de debates, envolvendo estados, municípios e segmentos sociais

"Não será um programa de governo, e sim uma plataforma dos movimentos sociais para uma disputa mais ampla, para que os movimentos influenciem nos rumos do nosso país", explica Rosane Silva, da Central Única dos Trabalhadores. "A Assembleia dos Movimentos Sociais foi importante para marcar a unidade dos movimentos neste ano eleitoral e enfrentar o debate para disputar hegemonia na sociedade", diz.

Já há consenso em relação a alguns pontos deste projeto, como a questão da reforma agrária, da redução da jornada de trabalho, e da legalização do aborto. Outros aspectos seguem divergentes, como o debate sobre o modelo energético do país e a reestatização de empresas como a Vale. O debate começa oficialmente no dia 31 de maio, em São Paulo, quando acontece uma Assembleia Nacional dos Movimentos Sociais.

Antes disso, as organizações já sairão às ruas na Jornada de comemoração dos 100 anos do Dia Internacional da Mulher, no dia 8 de março, num calendário que seguirá em abril com a Jornada de mobilizações em defesa da Reforma agrária e contra a criminalização dos movimentos sociais; em maio com a celebração do Dia do Trabalhador; e em 1 de junho com a Conferência Nacional da Classe Trabalhadora. Continue lendo e confira a íntegra do documento aprovado no FSM baiano

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Oficina da ABRAÇO no FSM-Grande P. Alegre: Como montar uma rádio comunitária


26 de janeiro, 14h
Plenarinho da Assembléia Legislativa-RS 3°Andar
Porto Alegre
Fórum Social Mundial 10 Anos

A oficina abordará a montagem e gerenciamento de uma rádio comunitária com objetivo de qualificar Pontos de Cultura, Pontos de Midia Livre, Tuxáuas, agentes comunitários e demais interessados.

Palestrantes:
Josué Franco Lopes - Coordenador de Comunicação da Abraço Nacional e Membro do GTE do Fórum de Midia Livre
José Sóter - Coordenador Executivo da Abraço Nacional e Secretário Geral do FNDC

Conteúdo:
1) O Que é Rádio Comunitária?
A Constituição Federal e a Complementariedade dos Sistemas de Comunicação, conceitos gerais de Radicom, lei 9.612 e suas limitações, Rádios Picaretárias (lucro, proselitismo religioso, promoção pessoal e politicagem), a visão da Abraço e seu Código de Ética.

2) Como montar:
Processos legais (construção da Entidade Mantenedora, encaminhamento da manifestação de interesse, Aviso de Habilitação, morosidade), processos de envolvimento da Comunidade na construção da rádio, Desobediência Civil e Repressão, equipamentos necessários.

3) Gestão Comunitária:
Papel e funcionamento da Entidade Mantenedora, papel do Conselho Comunitário, fonte de recursos para a manutenção (Apoio Cultural, mensalidade associados individuais, eventos).

4) Programação:
Programas jornalísticos, programas culturais, música, diversidades racial, religiosa, de opção sexual e gênero.


5) Confecom:
Apresentação das propostas aprovadas pela Abraço na I Conferência Nacional de Comunicação.

Fonte: Coordenação de Comunicação Abraço (Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária) Nacional

domingo, 17 de janeiro de 2010

Campus Fórum terá debates sobre marco civil, direito autoral, banda larga e direitos humanos

por Gabriela Agustini, do Fórum Cultura Digital
A terceira edição da Campus Party Brasil, de 26 a 30 de janeiro, em São Paulo, traz uma ótima novidade: o Campus Fórum, um espaço dedicado à reflexão, encontros e debates sobre questões estratégicas para o desenvolvimento da internet no país. A programação está baseada em quatro eixos temáticos: o plano nacional de banda larga, a reforma da lei de direito autoral, o marco civil da internet brasileira e direitos humanos. Os nomes dos participantes ainda não estão fechados, mas já adianto que os principais atores envolvidos nesses processos estarão presentes para mostrar aos campuseiros em que pé estão as discussões.

No espaço da Campus Fórum acontecerão ainda encontros da rede culturadigital.br, dos pontos de cultura e do movimento midialivrista. Confira aqui a programação.


Saudações educomunicativistas

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Lavagem do Bonfim nesta quinta, 14, antecipa Fórum Social Temático na Bahia

Antecipando as ações do Fórum Social Mundial Temático-BA
(FSMT), que será realizado de 29 a 31 de janeiro, representantes de
organizações e movimentos sociais, centrais sindicais, associações
e militantes responsáveis pelo FSMT-BA, terão a oportunidade,
durante a Lavagem do Bonfim, nesta quinta, dia 14, em Salvador, de divulgar a sua proposta de construção de um "outro mundo possível pós-crise".

A Lavagem do Bonfim, maior festa popular na Bahia, depois do carnaval,
que com o tempo assumiu um caráter político e reivindicatório,
reúne diversos segmentos da sociedade civil organizada e as classes
empresarial e política. A cerimônia da lavagem da Igreja, que
relembra os rituais de purificação, tornou-se o momento ideal para
que, num misto de tradição e fé, os povos tradicionais venham
pedir graças a Oxalá ao mesmo tempo em que se unem em um ato de
resistência.

O Comitê Organizador do FSMT-BA também coloca à disposição
de baianos e turistas, durante a festa, a exposição dos dez anos de
Fórum Social Mundial. O histórico do evento será apresentado em
fotografias, textos e apresentações culturais, no Espaço Cultural localizado
no corredor por onde passa o cortejo, na Av. Fernandes da Cunha, antiga
Fábrica da Alfred.
Fórum Social Mundial Temático na Bahia
www.fsmtbahia.com.br

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Campanha “O petróleo tem que ser nosso!” começa o ano com muita energia

da Agência Petroleira de Notícias
A campanha “O petróleo tem que ser nosso!” começa o ano participando, no final de janeiro, do Fórum Social Mundial (FSM). No Brasil, as principais atividades vão se concentrar nos estados do Rio Grande Sul e da Bahia. O Fórum do Rio de Janeiro, instalado no Sindipetro-RJ, vai participar tanto em Porto Alegre e municípios vizinhos quanto em Salvador.

Integrados aos sindicatos da Frente Nacional dos Petroleiros (FNP), vamos alugar um espaço no FSM e o tema petróleo estará pautado em diversas mesas. Vamos apresentar o filme da campanha, seguido de debate, nos cinco municípios gaúchos que participam do FSM. Também manteremos tendas, com ampla divulgação de materiais (camisetas, filmes, cartilhas, panfletos, jornais, etc). Está assegurada a presença de diretores do Sindipetro-RJ e dos demais sindicatos da FNP, além de militantes da campanha na base do RJ, nas principais cidades em que o FSM está programado.

No carnaval, vamos colocar o bloco na rua
Já no carnaval, o tema do petróleo vai estar presente em dois blocos: Os Impossíveis e Comuna que Pariu. O primeiro sai do Edise, na sexta-feira, 12 de fevereiro. É o bloco dos petroleiros. O segundo, que vem desfilando há vários anos, é organizado pela Juventude do PCB que, este ano, elegeu a campanha “O petróleo tem que ser nosso” como tema do samba e convidou todos os que abraçam essa bandeira a estarem juntos na Avenida, independente de cor partidária. A participação dos petroleiros de todas as nossas bases será muito bem vinda, nas duas iniciativas!

A nossa campanha dará o apoio logístico que for solicitado aos companheiros dos dois blocos. No caso dos Impossíveis, já estão garantidos o carro de som e bandinha do seu Jorge. Já o Comuna que Pariu receberá apoio para a confecção de 200 camisetas, com o símbolo da campanha adaptado às folias de Momo. A agenda dos jovens inclui uma feijoada no dia 30 de janeiro; um desfile no bairro da Saúde, ao lado do Cordão do Prata Preta (que este ano escolheu como tema a Revolta da Chibata), no dia 13 de fevereiro; desfile, terminando em roda de samba, no dia 16 de fevereiro, na Rua Joaquim Silva ( o bar a ser ocupado será divulgado próximo ao acontecimento); e, no dia 13 de março, Comuna que Pariu vai se juntar ao Prata Preta e ao Algo a Dizer, numa festa de blocos permanentes da esquerda, que já está se tornando tradição. O local também será divulgado na ocasião.

Concurso de redação na volta às aulas
Ao lado dos sindicatos de professores – SEPE e SIMPRO – e de representações estudantis, começamos a debater a elaboração das regras e premiação para um concurso de redação junto às escolas municipais, estaduais e federais, no Estado do Rio de Janeiro, do pré-escolar ao segundo grau. O tema está relacionado à nossa campanha. As melhores redações dos alunos vão compor um livro editado pelo Sindipetro-RJ e haverá também premiações para os melhores trabalhos e bolsas de estudo. A primeira reunião aconteceu ontem, 5/1. A próxima, para fechar o regimento interno, está marcada para o dia 12/1, na sala 314 do Sindipetro-RJ. A data provável para divulgação do resultado do concurso será 5 de junho, Dia Nacional do Meio Ambiente.

Estão em fase conclusão a edição de uma revista em quadrinhos e de um cordel, cujo lançamento será divulgado em breve, além de um jornal com um balanço das principais atividades da campanha (inclusive contábil).

Comícios
Em ano de Copa do Mundo, temos pressa para operacionalizar a nossa agenda que inclui a realização de grandes comícios, que já estão sendo negociados com o apoio de alguns prefeitos do Rio de Janeiro, além do governador do Paraná: aguardem novas informações!



Confira na íntegra o documentário "O Petróleo Tem Que Ser Nosso!", produzido pelo Sindipetro-RJ (Sindicato dos Trabalhadores na Indústria do Petróleo no Estado do Rio de Janeiro) e Aepet (Associação dos Engenheiros da Petrobras), em nosso canal de vídeos

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Terminam dia 15 inscrições para o Fórum Social 10 Anos - Grande Porto Alegre

Estão abertas as inscrições para o Fórum Social Mundial 10 anos – Grande Porto Alegre, de 25 a 29 de janeiro. As atividades acontecem em Canoas, São Leopoldo, Novo Hamburgo, Sapiranga e na Capital. A inscrição pode ser feita até 15 de janeiro pelo site. O valor de R$ 20 a ser cobrado servirá para custear os materiais que serão entregues no credenciamento.

No ano em que celebrará 10 anos de seu processo, o FSM não terá um evento único e centralizado e sim uma ação global. E o conjunto de atividades do FSM 10 Anos Grande Porto Alegre lançará esta série de ações, que se dará de forma permanente ao longo de todo o próximo ano, através de eventos em várias partes do mundo.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

As primeiras vitórias da Confecom

do Blog do Miro
A 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), que deve agitar Brasília de 14 a 17 de dezembro, já representa uma histórica vitória dos movimentos sociais que há muito lutam contra a ditadura midiática instalada no país. Ela só foi convocada, durante o Fórum Social Mundial em janeiro, em Belém, por pressão destes setores. E, apesar das sabotagens das principais entidades empresariais, ela só vingou graças à habilidade dos mesmos movimentos sociais, que não caíram nas armadilhas dos barões da mídia que pretendiam inviabilizar a conferência.

A partir do decreto presidencial convocando a Confecom, em abril, o debate sobre o papel dos meios de comunicação se avolumou em todo o território. Como afirma o presidente Lula, nunca antes na história do país se discutiu tanto este tema estratégico. Concluída suas etapas municipais e estaduais, já pode se afirmar que a Confecom obteve uma vitória pedagógica, caminha para consolidar um saldo organizativo nesta área e pode, ainda, conquistar vitórias concretas no pós-conferência. Estes três avanços já são motivos de comemoração dos movimentos sociais.

O saldo pedagógico

Antes da convocação da Confecom, o direito humano à comunicação era entendido por restritos núcleos de “especialistas” no tema, que tiveram o mérito de erguer a bandeira da democratização do setor há mais de duas décadas. Apesar de duramente criminalizados pela mídia, o grosso dos movimentos sociais ainda não encarava esta frente como prioritária. A preparação da conferência começou a alterar este cenário, num esforço pedagógico sem precedentes na nossa história.

Em curto espaço de tempo, centenas de encontros ocorreram no país – entre conferências livres, seminários e as etapas municipais e estaduais da Confecom. Ainda não foi contabilizado o total de participantes deste processo, mas estima-se em mais de 30 mil ativistas envolvidos. Além da crítica à mídia hegemônica, concentrada e manipuladora, os participantes formularam propostas concretas para o setor. No total, 6.101 sugestões foram apresentadas. O saldo, bastante positivo, é que milhares de ativistas passaram a militar na luta pela democratização da comunicação.

O saldo organizativo

Como festejou Laurindo Lalo Leal Filho, ouvidor da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), na abertura da etapa paulista da Confecom, não há mais retorno neste rico processo de mobilização. “Botamos o pé na porta”. A partir desta primeira conferência, a tendência é que cresça a pressão e a organização da sociedade na luta pela democratização do setor. Vários estados já discutem a manutenção das comissões da “sociedade civil” que organizaram a conferência, como forma de se ampliar e dar maior organicidade a este movimento democratizante.

O saldo organizativo já se reflete em vários setores. As rádios comunitárias, historicamente tão criminalizadas, conquistaram novo patamar de legitimidade. Os blogueiros, antes tão dispersos, também debatem novas formas de organização. O Fórum de Mídia Livre (FML), que realizou o seu segundo encontro no início de dezembro, firma-se como um pólo aglutinador dos fazedores independentes de mídia. Até entre os “empresários progressistas”, que cavaram sua participação peitando os barões da mídia, discutem uma forma própria de organização do setor.

Os avanços concretos

Mas as vitórias da Confecom não são apenas políticas – pedagógicas e organizativas. Elas podem se refletir também em avanços concretos, práticos, no processo de democratização dos meios de comunicação. Algumas propostas já poderão se tornar exeqüíveis a partir de iniciativas diretas do Poder Executivo, sem depender do Poder Legislativo num ano de campanha eleitoral. Na semana passada, por exemplo, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da Republica (Secom) anunciou que incluirá em seu plano de mídia as TVs comunitárias, bancando publicidade oficial, o que representa uma conquista dos cerca de 60 canais comunitários de sinal fechado do país.

A exemplo das outras 61 conferências realizadas pelo governo Lula, a Confecom não tem poder deliberativo. Ela sugere políticas públicas e regulamentações para os poderes constituídos. Neste sentido, as sinalizações também são positivas. As 59 propostas apresentadas pelo governo visam democratizar o setor, assimilando históricas reivindicações dos movimentos sociais. Para Beto Almeida, presidente da TV Cidade Livre de Brasília e integrante da Junta Diretiva da Telesur, “elas indicam um importante grau de sintonia entre governo, amplas parcelas do movimento sindical-social e segmentos anti-monopolistas do empresariado”.

Uma estratégia para avançar

Como se constata, a Confecom tem tudo para representar uma expressiva vitória dos movimentos sociais. Segundo Jonas Valente, membro do Coletivo Intervozes, “a etapa nacional, depois de um difícil desenrolar, pode colocar a Confecom como ponto de virada na história das comunicações brasileiras”. No mesmo rumo, Beto Almeida observa que a Confecom “não fará o ajuste final de contas com a ditadura midiática… Mas ela é uma etapa mais elevada desta longa caminhada, que deve ser aproveitada para alinhavar a sustentação e implementação de várias mudanças”.

Para fazer vingar as mudanças neste setor, o desafio agora é definir uma estratégica certeira. De forma resumida, ela deve priorizar as propostas essenciais, evitando-se a dispersão em mais de 6 mil sugestões; precisa unificar o campo popular e democrático, já que os barões da mídia farão de tudo para bancar seus interesses mercadológicos; precisa estabelecer uma aliança prioritária com os setores progressistas do governo Lula, já que a aprovação de qualquer proposta necessita de 60% dos votos; e deve explorar as contradições do meio empresarial, sem se submeter ao falso “nacionalismo” dos radiodifusores ou ao falso “pluralismo” das teles estrangeiras.