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quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Cobertura é vital para o desenvolvimento


por Zukiswa Zimela, da IPS
212 Cobertura é vital para o desenvolvimentoJohannesburgo, África do Sul, 19/10/2011 – Editores de meios de comunicação do grupo de economias emergentes Índia, Brasil e África do Sul (Ibas) acordaram trabalhar por uma melhor cobertura sobre o bloco, que realizou sua cúpula em Pretória. “Esta reunião é muito importante e fundamental. Com sabemos, houve uma grande mudança no mundo em termos de poder econômico e poder político para o Sul, e os países como Brasil, Índia e África do Sul se converteram em atores de grande destaque no mundo”, ressaltou o presidente do Fórum de Editores Sul-Africanos (Sanef), Mondli Makhanya.
O jornalista fez esta afirmação ao participar, no dia 17, em Johannesburgo, do Fórum de Editores do Ibas, copatrocinado pelo Sanef e pelo escritório africano da agência de notícias Inter Press Service (IPS), conjuntamente com o Banco Mundial e o sul-africano Sistema Governamental de Comunicação e Informação (GCIS). Os editores apresentaram suas recomendações para o Fórum de Diálogo de Chefes de Estado e de Governo do Ibas, que aconteceu ontem em Pretória.
Makhanya disse que seria importante o Ibas receber uma cobertura relevante e suficiente, e que os três países contassem suas histórias ao resto do mundo. “O objetivo é criar infraestrutura e um contexto no qual possamos comunicar este tipo de mensagem sem que a mídia seja porta-voz dos respectivos governos”, acrescentou. Jimmy Manyi, chefe-executivo do CGIS, disse que o governo sul-africano estava interessado em trabalhar com os editores. Acrescentou que a forma como o grupo Ibas é apresentado pelos meios de comunicação incide na forma como outros países se relacionam com o bloco econômico.
“Se continuarmos sem falar de nossa agenda, faremos com que as pessoas saibam cada vez menos sobre nós, e, na verdade, gostaríamos que este fórum fosse um trampolim para promover e divulgar os três países entre nós e no Norte também”, afirmou Manyi, acrescentando que as relações entre os países poderiam ser mais do que meramente econômicas, ressaltando que havia uma riqueza de informação que podia ser compartilhada pelos três, e que a mídia pode ajudar a disseminá-la.
“Quais são as oportunidades em educação? Quais são as capacidades comerciais com as quais podem se ajudar entre si? Porque temos brechas de capacidades, assim, temos que nos carregar entre nós mesmos para garantir que sejamos capazes”, como outros países, destacou Manyi.
Lola Nayar, editora associada da revista indiana Outlook, concordou que os países podem trabalhar juntos para compartilhar informação em temas importantes como a mitigação da mudança climática. Também destacou que nos campos de energia e agricultura as três nações têm interesses comuns. “A Índia se converteu em importante ator em energia eólica e solar, e são essas tecnologias que podem ser compartilhadas com a África do Sul”, citou como exemplo.
Por sua vez, Claudia Antunes, editora de temas internacionais no jornal Folha de S.Paulo, disse que os três países devem se comprometer a falar com uma voz unificada e alcançar suas metas. “O Ibas é um grupo que carece de uma personalidade forte”, afirmou.

Fonte: Envolverde/IPS

Nota do Blog: É fundamental que o Brasil tenha um especialista para esse tipo de cobertura. O IBAS é muito importante e não pode ser deturpado.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Ibas forma cerco para impedir medidas contra a Síria


por Terna Gyuse, da IPS
313 Ibas forma cerco para impedir medidas contra a SíriaCidade do Cabo, África do Sul, 25/8/2011 – Os países-membros do grupo de economias emergentes Ibas (Índia, Brasil, África do Sul) uniram-se à China e à Rússia para se opor a medidas mais enérgicas propostas por Estados Unidos e União Europeia (UE) contra o governo da Síria. Pretória “é da opinião de que a questão síria deve ser resolvida pelos próprios sírios, e que se deve lutar para que o façam”, disse à IPS o porta-voz do Departamento de Relações Internacionais e Cooperação da África do Sul, Saul Kgomotso Molobi.
“O governo sírio garantiu que adotou e continua adotando reformas para abrir o espaço político”, acrescentou Molobi, ressaltando que as posturas da comunidade internacional estão condicionadas por interesses dos países líderes e não por um verdadeiro desejo de mudança no Oriente Médio. “Os exemplos são Bahrein e Iêmen, onde, apesar da repressão, não há tentativas de punir seriamente e enfraquecer o regime. No último caso, tudo o que se faz é fortalecê-lo por meio de apoio militar do Conselho de Cooperação do Golfo”, acrescentou.
Os Estados Unidos e países da UE divulgaram no dia 23, no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), um novo projeto de resolução contra a Síria com sanções a indivíduos e entidades, bem como um embargo de armas. Meses atrás fracassou uma resolução semelhante diante da ameaça de veto da China e da Rússia e pela rejeição de Índia, Brasil e África do Sul.
Esta semana, o Conselho de Direitos Humanos da ONU condenou a repressão do regime de Bashar Al Assad contra as manifestações de oposição, e aprovou o envio urgente de uma comissão independente para investigar possíveis crimes contra a humanidade. A resolução foi apresentada pela Polônia em nome da União Europeia e com apoio dos Estados Unidos, sendo rechaçada por China, Cuba, Equador e Rússia.
Por sua vez, o Ibas parece disposto a desempenhar um papel independente na questão síria. No dia 10, uma delegação com representantes dos três países visitou Damasco e se reuniu com Al Assad e com o chanceler Walide al-Moualem. No encontro, o governo sírio insistiu em que os protestos procedem de três fontes diferentes: acadêmicos e intelectuais que exigem reformas democráticas, setores da população que se queixam por dificuldades econômicas e da repressão em regiões particulares do país, e grupos armados que lutam para derrubar o regime.
O presidente sírio reconheceu “erros” na resposta às manifestações, mas garantiu estar comprometido com as reformas, oferecendo como evidência novas leis propostas que buscam levar o país a uma democracia multipartidária em consulta à população. “O governo sírio disse que adotou e continua adotando reformas para ampliar o espaço político”, afirmou Molobi. “Isto será conseguido por meio de várias leis que estão sendo aprovadas, como a multipartidária, a de mídia e outras. Abriu-se um fórum de diálogo nacional, embora sem chamar a atenção do país. O governo gostaria de ver um parlamento eleito que continue o processo de reformas”, acrescentou.
Molobi afirmou que a África do Sul e o ibas condenam a violência “de todas as partes”, mas reconheceu que houve poucos sinais de moderação por parte de Al Assad desde a reunião. No dia 14, o governo estabeleceu um cerco à cidade portuária de Latakia, com tanques e barcos de guerra. “Lamentamos o agravamento da violência e pedimos moderação a todas as partes, já que um conflito geral seria um desastre para todos”, disse Molobi.
O especialista político Zwelethu Jolobe, da Universidade da Cidade do Cabo, disse que a posição do Ibas deve ser vista em parte como uma reação à lenta resposta internacional à crise síria. Para ele, as prévias aproximações de Pretória com Damasco estavam limitadas a acordos bilaterais sobre comércio e educação, assinados nos dois últimos anos, como parte de uma ampla estratégia do presidente sul-africano, Jacob Zuma, no Oriente Médio.
Os cálculos da África do Sul na atual crise, prosseguiu Jolobe, também estão determinados por sua relação com a Autoridade Nacional Palestina. O governante Congresso Nacional Africano da África do Sul tem estreitos vínculos com o partido Fatah, que governa a Cisjordânia, relação que data da luta contra o apartheid (segregação racial institucionalizada pela minoria branca em prejuízo da maioria negra) e se estende até o momento com apoio financeiro e político.
Por sua vez, a Síria é forte aliada do Hamas (Movimento de Resistência Islâmica), ao qual oferece apoio financeiro, militar e político. Além disso, a mesa política do Hamas se reúne em Damasco. “A África do Sul não pode se dar ao luxo de permitir uma implosão do governo de Al Assad, que alteraria um delicado equilíbrio regional com muito em jogo, no qual a África do Sul investiu uma grande quantidade de recursos históricos, emocionais, políticos e financeiros”, explicou Jolobe.
As relações entre Síria e Hamas agora parecem também estar em crise. O movimento islâmico se negou a fazer uma demonstração pública de apoio ao governo sírio, e um bairro palestino de Latakia foi atacado nos últimos dias. O Hamas explora a possibilidade de colocar seus escritórios no Cairo, onde a África do Sul investiu muito esforço cultivando vínculos nos últimos tempos. “A situação na Síria tem diferentes aspectos e a violência é um deles. Esta é cometida tanto pelo governo quanto por grupos não governamentais, com sérios resultados. Aqui não há atalhos, e um adequado processo sírio é a única esperança de trazer a paz, e ninguém de fora pode fazer isso”, destacou Jolobe.

Envolverde/IPS
(IPS)