quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Grave, preocupante e revoltante: PM de São Paulo invade Sindicato dos Jornalistas

Mais grave ainda: aconteceu dia 14, portanto há uma semana e não está em nenhum veículo jornalístico de grande circulação. Será que é assim agora no Brasil? O governo de São Paulo agride a imprensa e a própria imprensa se cala? Ataque covarde ao Plano Nacional de Direitos Humanos Nº 3.

Polícia interrompe ato no Sindicato dos Jornalistas de São Paulo
do Portal 'Comunique-se'

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo manifestou sua indignação contra a invasão de policiais militares durante a realização de ato em defesa do III Plano Nacional de Direitos Humanos, dia 14. Segundo a entidade, os policiais tentaram intimidar os participantes.

“A intimidação já havia ocorrido por volta do meio-dia, durante a entrega protocolada de carta à Presidência da República no seu escritório de São Paulo, na esquina da Avenida Paulista com Rua Augusta. A PM por duas vezes exigiu saber ‘o nome dos responsáveis’ pelo evento – cerca de 30 pessoas participaram do ato público e foi totalmente pacífico”, explica o sindicato.

Segundo o comunicado divulgado segunda, 18, por volta das 18h um sargento da PM foi até a sede do Sindicato para saber que tipo de ato estava sendo preparando para a noite. Após as explicações, o sargento pediu o número da carteira de identidade do diretor André Freire. À noite, por volta de 21h, dois policiais invadiram o auditório lotado e disseram “estar cumprindo ordens superiores”.

“Diante disso, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais de São Paulo exige das autoridades da Segurança Pública no Estado de São Paulo que deem uma resposta a este abuso de autoridade que nos lembra os velhos costumes da ditadura, que não podemos aceitar de maneira alguma”.

A PM paulista tenta explicar o inexplicável e, talvez num ato falho, praticamente assume a ação intimidatória...

PM-SP credita ao protocolo "visita" a sindicato
por Thiago Rosa, do Portal Imprensa

A Polícia Militar de São Paulo (PM), por meio de sua assessoria, contesta informação de que houve "invasão" na sede do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (SJSP), na última quinta, 14. Segundo a entidade paulista de imprensa, durante ato em defesa do Programa Nacional dos Direitos Humanos (PNDH), quatro policiais fardados foram ao auditório Vladimir Herzog pedir explicações sobre a realização do encontro.

De acordo com o diretor do SJSP, André Freire, a interpelação policial teve início no começo da tarde de quinta, quando cerca de 30 pessoas participaram de ato pela entrega de carta ao escritório da Presidência da República, na região da Avenida Paulista. O sindicalista relatou à reportagem que por duas vezes a policia interveio e pediu identificação dos responsáveis.

No período da noite, houve a realização de encontro na sede do sindicato. Freire afirma que quatro policiais, em momentos diferentes, compareceram à sede da entidade, solicitando novamente informações sobre o ato. O sindicalista disse ainda que, questionados, um dos PMs afirmou "cumprir ordens superiores". A diretora responsável do sindicato Rose Nogueira chegou a intervir junto aos policiais, pedindo que se retirassem.

Após o incidente, o Sindicato enviou carta de repúdio à Secretaria de Segurança Pública do estado (SSP-SP), pedindo explicações sobre a presença dos policiais no encontro. Em nota, a PM negou que houve "intimidação" aos participantes do ato. De acordo com a policia, a presença das autoridades teve por objetivo "assegurar a ordem" e garantir a integridade dos participantes.

"(...) A Polícia Militar respeita os direitos fundamentais dos indivíduos e trabalha para garantir a liberdade de expressão e de manifestação, preocupando-se, não obstante, com as condições gerais de segurança". A PM afirmou ainda que a identificação dos responsáveis faz parte de protocolo da organização em ações operacionais que envolvem grande quantidade de pessoas.

"O pedido de informações e a identificação das pessoas responsáveis é medida que objetiva, pura e simplesmente, garantir a ordem e a segurança de todos, incluindo a liberdade de expressão", diz o texto. A Polícia acrescenta, porém, que "diante da denúncia", será aberto processo de investigação para apurar o caso.

Fica aqui o protesto veemente do EDUCOM contra essa atitude atentatória à democracia e à liberdade.